MILHO: Uma safra com variações de produtividade

Números apontam que este ano o cereal tem lavouras que produziram 7.200 quilos por hectare. Áreas que começam a ser colhidas já estão com quantidade acima das nove toneladas por hectare

A safra de milho em andamento apresenta uma variação de produtividade considerável. 

Da primeira área colhida até o momento a média saiu, das 120 sacas por hectare, para a casa das 160 sacas. Até o início da semana a retirada do grão vinha sendo feita de forma mais lenta, nas áreas plantadas com as variedades super precoces. 

De acordo com secretário de Agricultura de Carazinho, Leandro Nicolacópulos, com mais sete dias a colheita estará pronta na metade das lavouras plantadas com o cereal, segunda principal fonte de renda dos agricultores no período do verão. A estimativa é que as máquinas já tenham avançado em aproximadamente 40% dos pouco mais de seis mil hectares, que os produtores plantaram em Carazinho.

As variações de produtividade estão sendo atribuídas a dois fatores. O primeiro foi o frio do mês de setembro, quando na última semana foi registrada uma geada que trouxe sérios problemas no desenvolvimento das lavouras formadas no cedo e com variedade precoce. Já em novembro foram registradas chuvas um pouco abaixo do necessário o que colaborou no comprometimento da qualidade das plantas. As estimativas apontaram uma quebra de 20% na produtividade destas lavouras. Conforme o grão foi sendo colhido, as projeções foram sendo confirmadas, tanto que entre a largada da colheita e hoje foi registrada uma variação de produtividade que chegou na casa dos 30%. A previsão é de que o município colha 1 milhão de sacas do cereal. 

(A safra de milho em andamento apresenta uma variação de produtividade considerável / FOTO IVANOR OLIVIECKI)

Para o técnico agrícola da Cooperativa dos Agricultores de Chapada, Rafael Oppelt, esta safra tem na variação da produção o diferencial. Nas lavouras formadas com uso de tecnologia deverão ser quatro as escalas de produtividade, que teve na primeira 120 sacas por hectare. Com o avanço os números atingiram as 132 sacas/ha. 

Durante esta semana a quantidade se aproximou das 160 sacas/ha. Uma quarta média é projetada para áreas a serem colhidas. A estimativa é que ela atinja as 170 sacas/ha. O técnico adianta que esta escala, na quantidade do grão colhido, dificulta fechar uma conta que possa antecipar em quanto será fechada este ano a média geral de produtividade. A quantidade mais indicada é de nove mil quilos do cereal por hectare, o equivalente a 150 sacas/ha. 

Com preço perto dos R$ 30,00 a saca de 60 quilos o milho tem garantido bons lucros ao produtor que investiu pouco mais de R$ 2 mil por hectare. O investimento corresponde a cerca de 70 sacas do produto por hectare. Com safra prevista para ser encerrada em 30 dias os produtores avaliam a safra como positiva, mesmo tudo indicando para uma redução na média final da produção do cereal. Nos pouco mais de cinco mil hectares os agricultores estimam colher perto de 900 mil sacas de milho. A venda também é considerada muito baixa.

Aberta colheita do milho no Estado

O governador Tarso Genro participou na quarta-feira (6), em Ijuí, da abertura da colheita do milho safra 2012/2013. Apesar dos problemas climáticos registrados no ano passado em localidades isoladas, a produção do cereal alcançou 5 milhões de toneladas, o dobro da safra anterior. Foram assinados ainda contratos do programa Mais Água, Mais Renda.

O governador destacou a importância do milho na agricultura gaúcha e disse que os programas de apoio do Estado fazem parte de uma concepção política de desenvolvimento. "Temos a honra, neste momento, de estarmos comemorando um ano de programa Mais Água, Mais Renda, que garantiu 1/3 da plantação de milho irrigada".

O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, ressaltou o resultado para o RS. "Temos que produzir renda para o produtor e produzir mais para que o Estado continue ampliando as atividades na área da agricultura e, em especial, o milho. O RS precisa acompanhar o ritmo do Brasil no que diz respeito à produção de proteína animal".

FONTE: www.diariodamanha.com.br