sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Fruticultura de Bagé enfrenta dificuldades de comercialização

Presidente de associação afirma que muitos produtores deixam setor

Estando vinculado à fruticultura de Bagé desde o ano de 1997, o advogado Jodolnei Alves Trindade observa um cenário bem diferente do que existia no passado. Se antes, a fruticultura atraía diversos produtores pela sua capacidade de alternativa de renda, hoje, há uma redução de fruticultores e diversas culturas estão ameaçadas de não serem mais produzidas como há vinte anos. “Nós começamos com um grupo de produtores e, inicialmente, produzimos ameixa. Depois de uns dois anos, introduzimos o pêssego e a partir do ano 2000, entramos com a uva vinífera com parceria com a Salton”, recorda o presidente da Associação Bageense de Fruticultores.
Trindade comenta que a cultura da ameixa não deu certo por não ser comercialmente viável. A cultura do pêssego após uma produção boa acabou perdendo espaço, a falta de uma agroindústria seria um desses motivos. “Nós já mandamos pêssego para São Paulo e ele era valorizado pela qualidade. Com o tempo apareceram problemas pelo encarecimento do frete, pois a distância era grande. Além disso, o mercado local também era problemático por problemas de comercialização, isso resultou no abandono dessa cultura. Hoje o pêssego está quase em extinção. Têm poucos produtores que investem nessa cultura”, afirma.

Atualmente, na associação são mais de 20 produtores que integram a entidade. No passado, o número já foi de 47 produtores.
De acordo com o produtor, a uva para produção de vinhos ainda é uma cultura que resiste e tem boa produção em Bagé. Devido as boas condições climáticas, a colheita da uva demonstra que terá uma oferta de alta qualidade e quantidade. “O problema da uva é que não dá para se programar e nem fazer maiores projetos porque quem coloca o preço é a indústria. Tem anos que enfrentamos dificuldades como em 2012 por conta da estiagem. Neste ano, já estamos colhendo a uva branca e a uva tinta começará em março, e o que notamos é que iremos conseguir colocar uma uva de grande qualidade”.
O advogado destaca a necessidade que o poder público volte a apoiar a fruticultura. “Até pelo histórico dela em Bagé e na região, ela se mostra viável. Há condições para produzirmos com qualidade e quantidade, então temos que superar as dificuldade deste gargalo que é a comercialização. Superando isso, terá como incentivarmos a integração de novos produtores à fruticultura”, ressalta.

FONTE: www.jornalfolhadosul.com.br

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