quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Presidente do Irga reforça discurso por cotas de importação do arroz do Mercosul

Presente no Dia de Campo Regional que abordou o tema dos sistemas integrados de produção para terras baixas, o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira em visita ao jornal FOLHA do SUL, concedeu entrevista sobre as ações do instituto e as perspectivas para a colheita do arroz deste ano.
Pereira destacou três ações principais para esse ano: a realização de um concurso público para renovação do quadro profissional da instituição; novas pesquisas no setor orizícola e a defesa da implementação de cotas de importação de arroz dos países vizinhos do Mercosul. “Vejo o concurso público como a principal ação do Irga neste momento. Isso porque depois de três décadas, o instituto fará uma seleção pública suprindo a vaga com 105 técnicos entre agrônomos e técnicos agrícolas, que ficarão divididos entre pesquisa e a assistência técnica”, menciona o presidente.
Dentro do âmbito das pesquisas, Pereira comenta sobre as novas variedades resistentes a herbicidas para controle do arroz vermelho. “Nesse ano estamos construindo o centro de excelência orizícola em Cachoeirinha que vai ser um espaço para capacitação e qualificação tanto para produtores, trabalhadores e técnicos, onde vai ter alojamento e refeitório para as pessoas poderem ficar por vários dias para realizarem esses cursos”, informa o presidente do Irga, que também ressalta os trabalhos envolvendo a rotação de culturas, em que o instituto aprofunda ainda mais a pesquisa com a cultura do milho e do sorgo e também com a soja, introduzindo o microcamalhão para elevar ainda mais a produtividade no setor. “Estamos voltados a uma proposta técnica para a rotação de culturas em terras planas trazendo segurança técnica e rentabilidade aos produtores”.
 
Entraves no setor orizícola
Um dos principais temas discutidos durante a 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, foi a necessidade de serem implantadas cotas de importação para o arroz que vem dos países do Mercosul. Claúdio Pereira salienta que o Irga está trabalhando de forma efetiva junto ao Governo do Estado, Federarroz e entidades de classe para que se chegue a um acordo na possibilidade de diminuir a entrada do arroz do Mercosul. “É um grande problema que os produtores acabam enfrentando Ele impacta diretamente no nosso mercado e na renda do nosso produtor. Todos os anos é um problema. Nós conversamos com o governador Tarso Genro, o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen e o presidente da Comissão da Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa, Edson Brum. Eles foram favoráveis a nossa intenção e também afirmaram que a partir desse envolvimento da classe política estadual deveremos ir para o âmbito federal, para que possamos envolver outros estados como Santa Catarina, Mato Grosso, e conseguirmos mais força junto à União”, disse Pereira sobre a necessidade de uma medida que organize o mercado. Outros temas como a tributação excessiva no arroz e a infraestrutura logística com diversos gargalos que prejudicam o escoamento da produção também foram apontados pelo presidente do Irga.
 
Colheita do arroz
Cláudio Pereira reforça a sua expectativa quanto a safra de arroz que, segundo ele, está ajustada. “Estamos com um preço mais alto já na largada e isso é importante porque recupera a questão financeira dos produtores já no início da colheita. A perspectiva da rotação de culturas da soja, que está com uma plantação de cerca de 270 mil hectares em terras planas também traz ao produtor a possibilidade dele ter uma renda já na largada e isso diminui os riscos de queda do preço do arroz nesse momento. É algo muito importante para os produtores”, comenta o presidente do Irga que ressalta o atual momento em que está se colhendo arroz de forma significativa com uma grande extensão de soja no Rio Grande do Sul.

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