quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Produtores bateram recorde de produtividade em safra marcada pela seca no Rio Grande do Sul
Para a grande maioria dos agricultores do Rio Grande do Sul, a safra de 2012 foi desastrosa por causa da seca. Apenas quem produziu em áreas irrigadas pôde colher bons resultados. Em Cruz Alta, no noroeste do Estado, o produtor Tiago Librelotto Rubert foi além e se tornou campeão em produtividade.


Técnico em agropecuária e administrador, o agricultor de 31 anos colheu 102,7 sacas por hectare e levou o prêmio Desafio Nacional de Máxima Produtividade, concedido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), na avaliação de uma área experimental de cinco hectares.

– É uma soma de fatores: desde o trabalho de correção de solo, o bom manejo, a escolha de uma cultivar adequada, o acerto da variedade, época de plantio, o arranjo populacional, o número de plantas por hectare e o espaçamento. Esses fatores associados à irrigação contribuíram para chegarmos ao excelente resultado – aponta Rubert, sobre as razões para o resultado.

Mesmo cultivando em uma região assolada pela seca no último ano, Rubert também teve uma produtividade alta em outros 90 hectares irrigados, colhendo 89 sacas por hectare, mais do que o dobro da projeção inicial da Emater/RS para a colheita da soja em 2013 na região de Cruz Alta, que é de 43 sacas por hectare.

– Na nossa região, ano passado, ficou 60 dias sem uma chuva significativa. Então, essa produtividade alta se deu basicamente sob irrigação – afirma o produtor.

Na propriedade de 3 mil hectares da qual Rubert é sócio proprietário e gerente em Cruz Alta, 560 hectares são irrigados. Desses, 90 produzem exclusivamente soja, os demais são divididos entre feijão, milho e trigo. O primeiro dos nove pivôs foi colocado em 2006. E o último foi instalado em 2012 – com custo em torno de R$ 6 mil por hectare irrigado.

– Temos nove pivôs de irrigação central, numa área de 560 hectares. Decidimos investir por uma questão econômica. Diante da possibilidade de rendimento da produção, o custo para a implantação do sistema era viável.

Nem tudo deu certo na última safra para Rubert. Na produção em área sem irrigação, a soja também sofreu com a seca.

– Na área do sequeiro, que fica ao lado de uma área irrigada, a média de produtividade na soja foi de 25 sacas por hectare, por exemplo – complementa o responsável técnico da propriedade, o engenheiro agrônomo Felipe Rubert Nogueira.

Para esta safra, as projeções são otimistas. A meta agora é atingir a alta produtividade dos cinco hectares experimentais que venceram o prêmio nacional em 2012, nos 90 hectares irrigados.

– A expectativa é de uma safra bem melhor, especialmente no sequeiro. Choveu, embora tenha tido alguma estiagem esse ano. Na lavoura irrigada, queremos atingir ou superar as 102 sacas por hectare – salienta.

Na última semana, o campeão dividiu com outros produtores os segredos da conquista em um dia de campo, numa uma ação promovida pela Basf.

QUADRO
O Comitê estratégico Soja Brasil (Cesb) é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2007, que reúne profissionais e pesquisadores para estudar e aprimorar as técnicas de cultivo da soja no Brasil. O objetivo do Comitê é elevar as médias de produtividade na produção do grão.
A entidade realiza o prêmio Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, desde a safra de 2010, e tem como proposta estimular novos patamares de produtividade e difundir tecnologias de produção de soja.


FONTE: www.zerohora.com

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