sábado, 16 de fevereiro de 2013


Relatório indica momento favorável ao Brasil


Relatório indica momento favorável ao Brasil
Bons preços devem permanecer e mercado gaúcho tem maiores oportunidades para exportação de milho
A divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos no último dia 8, tem grande repercussão no mercado, pois é uma das principais fontes de informação e os agentes acabam se baseando nesses dados. De acordo com o agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen, a tendência é dos preços se manterem em alta.

Trigo

Com relação ao trigo, a produção deve ficar abaixo do consumo, em torno de 20 milhões de toneladas e isso faz com que haja uma redução dos estoques e, como conseqüência, deve manter, pelo menos por mais algum tempo, preços elevados no mercado internacional.

Jacobsen diz que há possibilidade de aumento de área no Rio Grande do Sul, mas dependerá da política de preço e do agricultor estar mais ou menos capitalizado, também se houver financiamento ou uma possibilidade de um melhor ajuste do programa de garantia da atividade agropecuária. Entretanto, ele destaca que observando historicamente, depois de uma safra frustrada como foi a última, no que diz respeito a produção, o agricultor tende a recuar. “Mas se as possibilidades de mercado forem boas, talvez o agricultor possa comercializar com trigo valores similares ao preço mínimo de garantia tipo 1 classe pão. Neste caso, pode haver reação no cultivo do cereal”, explica.

No Rio Grande do Sul não há outra alternativa de cultivo, por conta disso, há possibilidade de que pelo menos a área cultivada seja semelhante a da safra passada que foi de 983 mil hectares. Já o Paraná tem oportunidade de cultivar a 2ª safra de milho, que compete com área de trigo. “Mas como o milho vem apresentando um rendimento bom e preço de mercado, tudo indica que terá continuidade um bom preço de mercado para o milho, e assim, o produtor paranaense se volte ainda mais para o milho, reduzindo o cultivo de trigo. A nível nacional, tenho dúvidas se haverá incremento de área. Da mesma forma no Estado, se ocorrer, não deverá ser significativa”, destaca o agrônomo.

Milho

O relatório divulgado neste mês foi menos crítico do que o anterior, com relação ao milho. Jacobsen comenta que há possibilidade de aumento na produção de milho em alguns países, como é o caso do Brasil. Essa condição elevou um pouco a expectativa de produção no mundo e os estoques ficam um pouco mais elevados, mas ainda em uma situação de preocupação com relação ao abastecimento. O relatório também apontou que há boas expectativas de preço no mercado internacional para o milho e isso proporciona ao Brasil a possibilidade de continuar exportando milho, em volumes talvez não tão elevados como na safra passada, quase 20 milhões de t. Ou seja, há um impacto positivo deste relatório sobre as possibilidades de preço de milho no mercado interno.

Soja

Há uma relação entre cotações do mercado internacional e do mercado nacional e os americanos projetaram no relatório, uma expectativa para os produtores de preços maior do que em janeiro, ficando entre US$ 13,60 a US$ 15,10 por bushel - o que na opinião de Jacobsen, é um preço muito bom. “Isso deve repercutir também no mercado local. As projeções em termos de produção são muito similares as do mês de janeiro e em termos de estoque de passagem a mudança é mínima. De qualquer forma, um quadro apertado em termos de oferta e demanda. Uma produção um pouco superior ao consumo, algo em torno de 6,5 milhões de t. Mas tudo indica que teremos preços bons também para a soja, com base no que vem demonstrando esses relatórios do Departamento de Agricultura americano”, acrescenta. 

Em março será divulgado o relatório que indica a primeira intenção de plantio de soja e milho nos Estados Unidos. Esse fator poderá mexer um pouco com os preços, porém, existe toda uma preocupação com a continuidade da estiagem nos EUA, significando que os preços, pelo menos até meados de 2014, tendem a continuar favorável ao produtor brasileiro.

FONTE: www.diariodamanha.com.br

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