terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Milho safrinha garante vantagens aos produtores
 
O plantio do milho safrinha nas propriedades rurais de base familiar é tradicional na região de Santa Cruz do Sul, onde o zoneamento agrícola para o grão vai até o dia 20 de janeiro. Segundo levantamento da Emater/RS-Ascar de Santa Cruz do Sul, a implantação dos 6.300 hectares está concluído. “A maioria dos fumicultores do município cultiva milho na resteva do tabaco”, comenta o engenheiro agrônomo Assilo Martins Corrêa Junior. O clima propício até o momento, com chuvas regulares, tem contribuído para o desenvolvimento das lavouras.
A maior valorização do cereal nos últimos anos favorece o incremento das áreas cultivadas. Corrêa lembra que, no passado, o custo alto das lavouras e o baixo valor da saca desmotivavam os produtores. “Hoje essa realidade mudou um pouco. Há mais investimentos em tecnologia, sementes e insumos de qualidade”, pondera. Com a saca de 60 quilos custando em média R$ 28,00, as famílias voltam a apostar no milho. Nas pequenas propriedades, o produto é aproveitado especialmente para subsistência, com venda do excedente.
O plantio do milho e do feijão na resteva do tabaco é recomendado por técnicos. “Os grãos possibilitam a rotação de culturas e diminuem a incidência de doenças, pragas e erosão nas lavouras”, reforça. Conforme o agrônomo, o manejo ainda aproveita a adubação residual do tabaco; proporciona alimentação para as famílias e animais, e melhora a estrutura e fertilidade do solo, além de garantir renda extra.
Em Linha Araçá, o produtor Sérgio Luís Brixius, de 34 anos, aposta no plantio do milho safrinha para aproveitamento dos grãos e fabricação de silagem. Com o auxílio da esposa Joice Michele e dos pais Elário e Silvia Brixius, na atual safra foram implantados aproximadamente 40 mil pés. O plantio aconteceu à medida que o tabaco foi colhido e será fonte de alimento para as criações. “Os grãos se transformam em carne para nossa família. É uma ótima opção, pois já aproveitamos a adubação do fumo”, comenta.
 SAIBA MAIS
Além do milho, o produtor rural Sérgio Luís Brixius plantou 4 quilos de feijão na resteva do tabaco, em Linha Araçá. A colheita é aproveitada para o consumo da família, que não abre mão do alimento nas refeições. “O rendimento supera os 50 quilos de grãos para cada quilo plantado”, explica. Atualmente os Brixius trabalham na manoca do tabaco. Das mil arrobas colhidas, aproximadamente 70 já foram entregues para a indústria. “Felizmente a venda da safra está positiva para os produtores este ano.”
Milho safra
Enquanto diversos produtores rurais acompanham o desenvolvimento do milho safrinha, os grãos da safra tradicional são colhidos nos 2.700 hectares implantados em Santa Cruz. O escritório municipal da Emater/RS-Ascar esclarece que a colheita começou em janeiro e supera as expectativas até o momento. Depois de uma safra frustrada no ano passado em função da seca, a produtividade agrada os agricultores.

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