sexta-feira, 15 de março de 2013


O PIB e a revolução na agricultura (O desafio da irrigação)


A queda de 1,8% do PIB gaúcho, provocada, principalmente, pela redução da atividade primária, estimada em 27,6%, evidencia, de forma inequívoca, a importância de protagonizarmos aqui no Rio Grande uma nova revolução a partir do setor primário. Em meados do século XX, a agricultura foi impactada pela Revolução Industrial iniciada no século anterior, que incorporou à agricultura elementos como mecanização, genética e fertilizantes. A chamada Revolução Verde fez crescer a produtividade e a produção de alimentos. Depois, nos anos 1990, veio a segunda revolução, com o Plantio Direto, associado à biotecnologia e à agricultura de precisão. A terceira grande mudança, registrada na última década no Brasil, foi a ampliação do crédito ao setor primário. Quando fui deputado federal, entre 2005 e 2010, lutávamos para obter R$ 16 bilhões para o Plano Safra. Hoje, temos mais de R$ 140 bilhões, com juros reduzidos, que no ano passado chegaram a 2,5%. Isso, associado ao empreendedorismo dos agricultores, fez a produção de grãos saltar de 100 milhões de toneladas para mais de 180 milhões.
 

O fraco desempenho da economia gaúcha, provocado pela estiagem da safra 2011/2012, que reduziu em cerca de 50% a produção da soja, por exemplo, é um alerta definitivo: precisamos efetivar a quarta grande onda de desenvolvimento do setor primário, centrada fundamentalmente na ampliação dos sistemas de irrigação. O Programa Mais Água, Mais Renda deu o pontapé inicial com a venda de aproximadamente 300 equipamentos na 35ª Expointer. Na Expodireto, houve a prospecção de vendas de 480 sistemas, suficientes para irrigar ao menos 17 mil ha. O debate que o programa tem despertado está vencendo a resistência cultural, um dos gargalos que impedem o avanço da irrigação. Levamos mais de 30 anos para irrigar pouco mais de 100 mil hectares das culturas de sequeiro. Hoje, com a agilização do licenciamento ambiental e com subvenção de até 30% do investimento, autorizada pelo governador Tarso Genro, nos animamos a projetar que, até o final de 2013, poderemos dobrar área irrigada. Temos gente, terra, sol e água, que cai em bom volume, mas mal distribuída. Temos que armazenar este bem para usá-lo na época em que as plantas mais precisam. E, para isso, há o apoio do governo do Estado, com o Mais Água, Mais Renda. A quarta revolução está em curso. 
FONTE: www.agrolink.com.br

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